terça-feira, 21 de julho de 2009

चेगोऊ ओ २०१० इ कॉम एले मुस trinta


É difícil entender como se chega aos 30 e tão rápido, parece que vem um vento forte, uma nuvem carregada passando por cima de nossas cabeças e pronto, já esta lá aquela idade que você sempre apontou como a idade adulta. Como uma tempestade sem relâmpagos nos vemos mais velhos, mais cansados, mais reflexivos, menos sonhadores, e talvez, porque não mais maduros. Nossa, sempre que falo em estar mais madura, já vem àquela imagem de uma ameixa podre que caiu no gramado e que não serve para mais nada. Talvez a semiótica explique o porquê de acharmos sempre uma simbologia para tudo, mas eu me convenço a cada dia que ter completado três décadas nada mais é do que ter muita sorte.
Afinal no século XIX as pessoas morriam com essa idade e talvez já fossem considerados velhos sábios ao final de sua trajetória. Claro que os tempos mudaram, que a longevidade nem de longe é a mesma e que nós, que vimos à máquina de escrever transformar-se em um computador cheio de mil funções, estamos sim com a sensação de que muita estrada já passou por debaixo de nossos pés. E não é para menos, em menos de duas décadas nossas realidades foram transformadas e agora temos que fingir que conversar com um amigo num site de relacionamento é normal. Ou pior, que ficar sem abrir seu e-mail por um dia pode significar uma catástrofe.
O que não assusta só quem chegou aos 30 como se tivesse transcorrido um século, mas essa sensação nostálgica pode ser percebida nos olhos daqueles que não conheceram essa liberdade, que desfrutamos por mais de uma década. Éramos mais humanos, sim nós não éramos feito de teclado e tela e nem por um momento um budypocke iria indicar o nosso humor. Eram as nossas tardes intermináveis na casa dos amigos que influenciavam o nosso humor, eram os bolinhos de chuva da casa da vó que preenchiam nossa alma e estomago. E as visitas inesperadas que nos deixavam felizes e não o número de amigos no MSN. Era de verdade que uma boa história contada por nossos avós, amigos e irmãos nos faziam imaginar, flutuar e apreciar cada emoção vivida por eles. Agora podemos escolher o blog que conte a melhor história, mas é estranho, muito estranho, rir ou chorar em frente ao computador. Eu particularmente me sinto uma idiota.
O pior que eu já fui contaminada por essa geração que não tem mais banda de garagem e sim lança um cd novo no Facebox, dessa gente estranha que pinta o cabelo de diversas cores , corta, fura o nariz, a boca, a língua e acha que todos nós somos anormais por não percebemos que isso tudo é estilo.
É a contracultura, mas que ideologia é a deles, eu me pergunto. E ser diferente é sinônimo de bagagem cultural, de verdade não me lembro de um amigo que se sobressaísse pela inteligência ou pelo vasto conhecimento e que precisasse gritar isso aos quatro cantos, ou seriam cinco cantos. Sei lá, hoje se tem um universo paralelo e se fica até doente por isso, tem gente que morre por isso, NOTÍCIA DO DIA: Japonês de 16 anos morre depois de ficar cinco dias sentado em frente ao PC, Meu deus!! O que ele ficou fazendo lá todo esse tempo, quem era a namorada, ou a melhor amiga desse cara. Ou melhor, que era a mãe que não deu uma boa surra nele???? É possível que não tenha mais como falar sobre uma geração sem limites e sim observar uma geração que não os conhece.
Olha, quando eu me lembro de minha adolescência, esta bem claro, que muitos momentos tristes cruzam pela minha cabeça e não são poucos, pode acreditar! Eu não sou hipócrita em dizer que minha adolescência foi quase um modelo de escola americana e que nunca me frustrei, mas eu tive muitas experiências boas. E pode acreditar que as inúmeras horas conversando com minhas amigas, ficando com meninos, experimentando sensações novas, dando risada das nossas criancices, escrevendo nossos diários, rezando para que o garoto bonitinho percebesse a minha boca com batom da minha mãe, ir para a casa da tia chata para estudar porque não conseguiria passar de ano sozinha, tudo isso, era um saco,as vezes. Mas certamente eu iria odiar lembrar-se do meu passado se quando pensasse em mim, visse aquela menina–mulher, cheia de energia, com vergonha do corpo em formação, e curiosa pela vida, sentada em frente ao computador por horas e horas.
Com certeza que tem a minha idade ou esta perto dela deve sabe muito bem do que eu falo e nesse momento deve estar lembrando-se de como foi feliz como uma pessoa de verdade. To certo que não podemos menosprezar essa máquina de fazer dinheiro que se chama computador, internet e seus avanços. Seriamos burros se cruzássemos os braços diante de tantas facilidades, mas como certeza hoje nós sabemos que fizemos parte de uma geração que também ficou conhecida por beber coca-cola e cantar junto com o legião urbana, lobão, balão mágico, tantos outros.. É saber que nossos filhos nunca tentarão ter em suas vidas uma verdadeira turma da Mônica. Até porque eles já nasceram blindados pelas telas e um conteúdo áudio visual tão atraente que muitas vezes a bola é esquecida no canto do quarto e a televisão vira a companhia ideal e o videogame seus desafios. Enfim um pouco de saudosismo não faz mal pra ninguém, mas de verdade daqui a trinta anos pode ser que eu tenha mudado de idéia, mas por enquanto, o cheiro de chuva, conversa na calçada e reler um livro antigo me fazem tão bem ... E ter trinta anos me dá muito mais coragem de ter o que encontrar em minhas lembranças quando me deparo com a solidão.

domingo, 12 de julho de 2009

Nosso descompasso


A loucura me toma, me entontece, me seduz
Não preciso mais dos seus olhos, desse olhar indeciso
Você espera demais de mim, eu nem sei quem você é
Você fala em regras, normas, moral
Eu nem sequer sei o que vou fazer amanhã
Você me diz que estou acabada, que não tenho futuro, que meus passos são em falso.
Eu te acho superficial, rotineiro, sem sal
Você me julga, me maltrata, me joga na sarjeta
Eu danço nua na sua rua, e me banho no teu esquecimento
Você me quer bonita, bem vestida, endinheirada, jovem
Eu nem sei se quero ficar aqui com você
Você ama com muita medida, você mente, dissimula, passa pelo espaço e não o compreende.
Diz que me ama, tenta me moldar ao teu sonho, me fala dos seus planos, dos seus medos.
Eu brinco com o perigo, amo com meu estômago, durmo na sua escada, nem sei mais quem eu sou.
E você fala tanto de você, nem consegue respirar de tantas aflições
Abro a porta da minha imaginação e te digo
Eu sou seu avesso, ando descalça pelo seu mosaico sujo, quebro as taças de cristal que estão no armário.
Nem vou voltar nesse assunto, já passei , quero agora falar de flores, e você insiste em me entender.
Vou-me embora, dançando a capoeira, escapando de seus olhos, assim, sem contar os dias
Se ainda restar o sol quente de Domingo, estico minha rede, bebo sua cultura e me afogo nas poesias que esqueci de escrever.

sábado, 16 de maio de 2009

Vi um filme que me chocou muito, quer dizer, o nome desse filme já antecipava o sofrimento que eu iria assistir. Mas fui em frente, sentei no sofá, dei a mão a meu amigo e embarquei naquela viagem cinematográfica. Em alguns momentos pensei em desistir de assisti-lo, outras pensei tenho que ver, minha alma esta pedindo essa experiência. E fomos até o final. O nome do filme , um crime americano,a sensação posterior a ele, o ser humano se descontrola, mas unidos podemos chegar facilmente a crueldade. Fiquei pesada, minhas asas que andam recolhidas pelos meus momentos, doeram como se a mim tivessem ultrajado. Sou uma mulher de muitas palavras, de passos longos e quem me conhece melhor sabe que tenho uma veia dramática que enlouquece qualquer ouvinte. Meu lado humano foi tocado fortemente, cheguei a sentir ódio de ser mais um ser humano, mas sei que não estou condenada a cometer insanidades, pelo menos não tão absurdas quanto as que assisti nesse filme. Que no final das contas conta a história de uma menina, coisa que já fui um dia...