
A loucura me toma, me entontece, me seduz
Não preciso mais dos seus olhos, desse olhar indeciso
Você espera demais de mim, eu nem sei quem você é
Você fala em regras, normas, moral
Eu nem sequer sei o que vou fazer amanhã
Você me diz que estou acabada, que não tenho futuro, que meus passos são em falso.
Eu te acho superficial, rotineiro, sem sal
Você me julga, me maltrata, me joga na sarjeta
Eu danço nua na sua rua, e me banho no teu esquecimento
Você me quer bonita, bem vestida, endinheirada, jovem
Eu nem sei se quero ficar aqui com você
Você ama com muita medida, você mente, dissimula, passa pelo espaço e não o compreende.
Diz que me ama, tenta me moldar ao teu sonho, me fala dos seus planos, dos seus medos.
Eu brinco com o perigo, amo com meu estômago, durmo na sua escada, nem sei mais quem eu sou.
E você fala tanto de você, nem consegue respirar de tantas aflições
Abro a porta da minha imaginação e te digo
Eu sou seu avesso, ando descalça pelo seu mosaico sujo, quebro as taças de cristal que estão no armário.
Nem vou voltar nesse assunto, já passei , quero agora falar de flores, e você insiste em me entender.
Vou-me embora, dançando a capoeira, escapando de seus olhos, assim, sem contar os dias
Se ainda restar o sol quente de Domingo, estico minha rede, bebo sua cultura e me afogo nas poesias que esqueci de escrever.
